domingo, 19 de outubro de 2008

CONTORNO DE SITUAÇÕES


O suficiente vai-se moldando às situações e todas as palavras irão compor o cenário dos interesses, das verdades únicas, essas que cada qual pode sentir e entender como aquilo que deve ser, no jogo da existência! O suficiente para uns pode ser o excelente ou o bom para outros e para esses outros nem se aproximar ao insuficiente. Os pontos de vista são sempre relativos e o jogo das emoções, verdadeiras surpresas. Tens palavras lindas que me tocam a alma, aos poucos e aos poucos vou entendendo esse jogo quente do devolver a palavra. Total...

As palavras não te esgotam o ser, elas edificam-te, elas direccionam e apresentam a realidade do que pesas e sentes; a tua voz ainda que não a tenha ouvido, certamente não será o todo daquilo que és! Comunicas de outros modos... pela leitura do que escreves vou interiorizando e sem pressas teço o mundo do fogo interior, esse que tem a força de todo o sentir e de todas as possíveis verdades.

As palavras são produto do teu pensamento porque o que tu és é tudo aquilo que pensas e não a própria fala, enquanto acto de emitir o som para o entendimento oral das palavras proferidas.

Fico contente porque a noite tem os seus encantos de doçura... as palavras acendem momentos felizes, únicos, onde me deito e adormeço não desejando mais do que um bom sono, o sono das palavras silenciosas.

19.10.2008
Algasul

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

NO MERCADO DO TEMPO


No tempo das coisas que passam, outras coisas entram no meu ser, outras formas de percepção... entre as paredes de uma nova dimensão, a parede branca do tempo perdido vai ficando. Perdi-me no lugar das coisas que não se instalam... do resto nada mais sei.
Rasgou-se a porta na ansiedade dos nomes enquanto desapareceste nas calmas da água que corre, cortando os movimentos do dia que não se tem depois de ter passado. Passa assim o tempo e não se tem aquilo que tanto se deseja. Aquilo que desejei sempre me escapou entre os dedos, lutei em vão... mas a vida continua.

17.10.2008
Algasul

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

PARTILHANDO SENSAÇÕES


Procurei-te no dia do esquecimento depois de desejar partilhar contigo as minhas sensações e fazer a travessia do rio para tomar café, ainda que tivesse os seus dissabores, alguns um pouco menos acolhedores ao corpo, às células e certamente à mente. Depois de te olhar, depois de falar um pouco mais contigo senti que todas as dúvidas invadiam o bom ar do Sul, senti que todo o meu ser se corroia ante uma situação que não consegui avaliar. Senti-me num outro mundo apesar de sentir que tudo era nada! Avancei com pensamento positivo...
A vida nas suas formas de apresentação deixam-me ao lado de modos de apreensão imediatos da realidade e as escolhas agitam sempre as margens da liberdade ainda que o peso do estar me direccione a um outro patamar com situações que não se explicam de modo banal.
Não compliques aquilo que é simples, guarda a minha palavra e todo o teu ser se elevará um dia! Continuo a dizer-te que não compliques aquilo que é simples, deixa que a essência do corpo mostre a verdadeira realidade, deixa que os pés possam calejar no seu devido tempo, deixa-te no seio das ondas do nosso mar e absorve os sabores que merecem a pena ser digeridos. A vontade comanda o coração numa lentidão, ferrando o puzzle da existência. Ainda existimos e tomamo-nos assim para um outro lugar.

02.10.2008
Algasul

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

RASCUNHOS DO OLHAR


Saber-te frente aos números incógnitos, às vertentes derramadas no outeiro da esperança fez de mim um outro ser, sem que se entenda a postura original.
Na minha postura radica um outro mundo, um outro encanto mais profundo do que a tua postura febril. Desenvolvem horizontes cheios de uma tecnica acolhedora, uma epistemologia da sensibilidade, com os aspectos da força envolvente, num afinco que dobra os ombros.
Tomo do teu olhar o meu que adormece nas arestas de uma corrida que envolve cumprimentos face ao sinal das horas.
Ainda palpitei aquele toque atrevido e profundo que me inquieta as dobras do envolvimento, a fuga de uma vã esperança, aquilo que me divide enquanto humano. Perco-me na terra dianteira com os pormenores da nova postura, essa que bebeste tão docemente depois do café espartilhado. Gostei!

Vila Real de Santo António, 01 de Outubro de 2008 - 15:00

POUCAS CONVERSAS


Guardas uma mensagem linda no teu olhar de surpresa que enceta o silêncio das rodas quando passas por mim, rodando!
Olhas, enolveste na tua grande ansiedade que absorve o inaudível, o lugar de todas as metáforas para o dia de ninguém e outros dias que vão correndo ao sabor das vivências. Das poucas conversas que encetaste comigo, confesso que sempre gostei das tuas palavras, excepto algumas que se perderam entre veredas de um dia inquieto, o resto marcou uma presença sustentável. Tudo foi tão belo como o que pudera encontrar... ficámos no silêncio que diz tudo e no tudo procuramos o que não encontramos quando tudo isso já fora dado às nossas mãos, o resto não sei para que serve, apenas uma apresentação que nada acrescenta. Que rudeza! Tentei lutar por ti, mas tudo foi em vão... o que me resta e continuar a minha caminhada sozinho.

01.10.2008
Algasul