quarta-feira, 28 de abril de 2010

MOLDURA DO INEVITÁVEL


Aquela palavra viaja na escuridão,
O lugar onde te contemplo ainda é tão razoável…
A luz consome a ausência do inacabado!
Procura incessante esta que descreve a densidade
Prazer este, infindo, liquido entornado
Que liquefaz um pouco mais da totalidade.

Tremulo, no breve dos controlos, no amor
Neste significado tão a meu jeito…
No meu peito feito silêncio, qual rumor
Que define o assentimento…
Do caminho longo de todo este estar.

Nesta dicotomia onde manifestas abertura
Disponibilizo aquele enunciado…
Parece-me inevitável o olhar de doçura
Que nesta moldura foi adjudicado.

Neste lugar de sorriso dissipado…
Talho a suposição das brumas do luar
Vivo na noite a saudade daquele brado…
Agora o impossível, onde te venho recordar.

28.04.2010*

PS. Para ti, com a minha dedicação constante desde os anos longínquos.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

ENTRE OS VERDES E A ESPUMA


Soprou o vento entre as doçuras perdidas que se abrigam nas dunas, corroendo a praia esquecida nos dias de Sol a despertar! Olhei-te entre os verdes, subi um pouco mais, esqueci-me da distância, avancei e logo depois adormeci no sonho que não tem conteúdo...
Fiquei entre os verdes e a espuma de um mar sem fim... continuei e voltei a continuar e perdi-me entre tantos tons, entre a espuma de uma saudade.

26.04.2010

sexta-feira, 23 de abril de 2010

TEMPO ARRUMADO NA CARCELA

Os casos, as situações, o garrafal do jet set... sabes como é! O tempo da telecel já passou, esse tempo foi arrumado, agora são outras arrumações. A fábrica continua lá sem empregados... escova das fortunas e recibos indecentes. Tempo arrumado na carcela da manhã enquanto alguém apita por aí. Assinaturas do acaso! Mentalildades do monte e linguagem do insulto são o culto de alguma gentinha da crica. Pelo que dizes mostras o que és! Força aí, até que tens um discurso do pito. Arranja-te e não te tornes mais indesejável do que aquilo que já és.

22.04.2010
Algasul

quinta-feira, 22 de abril de 2010

ALGUÉM VEM


Alguém vem... assim, para tomar café, para dizer alguma coisa que não diz nada, depois está e vai embora sem nunca ir. Tomamos café, relaxamos e as horas passam muito rapidamente.
Estou mas também não estou para isso, tenho mais que fazer. Vamos, preparamos as coisas para assistir ao concerto, não mencionamos nomes, não é preciso espalhar, mas a surpresa em momento certo rebenta, com a energia que lhe está implícita.
Tudo é simples, avançamos e articulamos os nossos momentos naquilo que nos interessa.

Talvez na noite continue assim
Deste lugar de profundeza...
O firmamento acende-se, enfim
No teu olhar, a luz da natureza.

22.04.2010
Algasul
Foi um prazer

terça-feira, 20 de abril de 2010

BLOG DE TRETAS


Para ti e parti que não vi
As minhas tretas, as caretas
Com as canetas que te escrevi
Outras nas gavetas, desisti
Das outras tretas que já esqueci.

Nem estou aí... nem nas gavetas
Tão pouco vou estar
São estas as tuas tretas
As caretas que te vou ofertar!
Fica então com o que queiras pensar
Este blog não é para guardar...
Vou escrever o que quiser..
Não te vou voltar a incomodar
Muito menos te quero encontrar
Que vergonha sempre a incomodar.

Esperteza saloia e gente palerma...
Confesso que há com fartura,
Não tenho paciência para essas tretas
Gente obscura, frustrada, muito baixa!
Esquece... embola-te na caca e morre
Porque não dás uma para a caixa.

Simples, crias as situações de rejeição...
Então fica assim que é melhor...
Adormece e dorme no caixão
Não terás a pior! Dorme cão...
Não preciso que estejas a ladrar
Dorme, não preciso meu cromo
Que estejas a resmungar... ão ão, ão.

20.04.2010
Algasul

segunda-feira, 19 de abril de 2010

SOMOS ASSIM


O meu verde aqui, entre os vermelhos e somos assim, uma cor entre cores, entre forças que a natureza apresenta...
Um dia acontece sempre algo, ainda que esse algo seja como possa vir a ser... somos o que somos, seremos assim, o assim que cada qual sabe, talvez sem saber. O encontro fica marcado e tu sabes que sim... não sei se sabes, mas isso que pensas saber tem algo de ruim, como tu.
Ainda que não te diga nada, certamente nada há para dizer, contudo estou por aqui, sem estar, sabes que assim é, sabes como é ou como vai sendo a rota da vida... Um dia entenderás ainda que continues distante. As pessoas por vezes escondem-se para criarem barreiras de protecção contra elas mesmas... nada a fazer, o verde da natureza será sempre verde... continuarei a minha caminhada ainda que nada mais exista para percorrer.

19.04.2010
Algasul

sábado, 17 de abril de 2010

CONVERSÃO DA ESTANTE


(cores e harmonias de uma rua)

Porquê continuo a cometer os mesmos erros? Desprendimento e estranheza… Ouvi aquela música que ficou esquecida, arrumada na estante musical… as vozes tocaram-me o ser, numa verdade quase abismal! Sôfrego dos sons escondidos ainda pincelo as outras vertentes, aquelas que ficaram na podridão do silêncio, no esmagamento dos sentimentos derivados, como se não houvesse nada mais a acrescentar. Constróis o centro da fuga, os devaneios de uma hipérbole onde ainda pergunto pelas palavras iniciais. Junto-me na dimensão interior das palavras, ainda que sejam tardias, numa devastação de desilusão! Atiro-me e perco-me numa outra paisagem cheia de adjectivos que convertem os erros antigos. Não me importa da tua visão estranha, dos lugares inacabados do amor. Enceto as rotas do mundo e dos sonhos breves numa entrega pouco honesta. Tu não estás, apenas ficas numa memória que desaparece! O compromisso dos nomes não é mais sensato… o nome de uma vontade é perpendicular e não sei mais de ti nem do corpo lançado aos leões; a minha vontade já não é a mesma. Junto-me reunindo os pedaços de mim, no círculo da abstracção como se a existência fosse outra coisa para além do sentir. Pressões da vida e tudo flui na ausência do corpo perfeito.
Não vivo só, mas na mistura do todo da eternidade, na música do compasso que se adia. Continuamos a acreditar naquilo que não é mais consistente, somos apenas o pó numa viagem sem destino entre os destinos.

17.04.2010
Algasul

ENTRE AS AMPULHETAS DA MEMÓRIA


(farol de Vila Real de Santo António)

Música e viagens sussurrantes…
Implacável jogo de sensações, rotas
Brilho das luzes e grandes noites do norte
Modéstia do som serve cenários de casa cheia...
As vestes da noite servem taças de nascentes,
Tu cresces com a minha seiva onde rejubilas...
Onde te bebo entre os sons do olhar e da espera.

Fico-me no sôfrego dos prodígios,
Planto a festa das memórias dos dias que amadurecem
As clareiras da mente são aberturas
Regressos de gesto mais sublime
Destinos do olhar, das rosas frias
Neste cântico das águas do céu cinzento.

Componho o teu corpo com as minhas fantasias,
As vezes todas onde me perco...
Sabores que guardo numa espera de recordações,
Atalhos da noite, do envolvimento
Aqui, onde me interrogo face à ausência
Procuro o lume das defesas nas palavras
A pátria dos olhares também cansa.

Conto-te da lonjura, apenas fica o eco
Fica a sensação que morre noutra sensação!
Um todo que rompe no cansaço das torrentes
Essa força que irrompe num repartir
Na escrita da água, nas interrogações flutuantes
Esta harmonia de jogos ausentes.

As mãos são prodígios, dourado
E o corpo eleva-se nos signos da urbe
Nestes murmúrios de translações
Numa verdade de acalmia, de inquietação
De franjas de respostas do corpo...
Na febre de todos os prazeres do corpo
Aqui neste festim de partilha das águas.

No silêncio transcende a emoção...
Contorno todos os polimentos da entrega,
Os pensamentos são cascatas da alma
Neste Abril de tantas nascentes
Aqui, um lugar ardil de sonos camuflados
Entre as ampulhetas de um olhar fixo.

17.04.2010
Algasul

DIZER JÁ NÃO SERVE


Dizer já não sei se serve! Dizer já não serve. Hoje é uma coisa, amanhã outra. Um dia está-se bem, no outro ferido, alegre, aborrecido... é mesmo assim e as pessoas acabam por se mostrar como tudo aquilo que apontavam aos outros. Duvidas disso? Nada! Uns usam os outros apenas por momentos, por interesses da ocasião... metem-nos no coração com as suas falsidades, não gostam disso que detestam mas disso mesmo são o exemplo! Dizer já não serve de nada... apenas passar à acção, se tal e qual como esses mesmos que procedem da forma menos agradável. O que interessa em certas pessoas? Nada. Sim, nada mesmo. Lixo. Temos pena!
Que dizer quando tudo o que possa dizer não serve para nada? Ou tudo o que me digam não passa de uma treta, de um faz de conta, de uma palhaçada, de uma fantochada? Não será exagero de minha parte? Não será mesmo? Bem, até prova em contrário não será. Mas afinal quem são as pessoas que aqui conhecemos? Qual o interesse que possuem essas mesmas pessoas? Que se espera quando já se deixou de esperar? Que se tem quando já não há ilusões ou essas ilusões são a ilusão de não ter ilusões? Que sobra! Que resta? Conversas da treta onde todos se enganam uns aos outros...

17.04.2010
algasul

sexta-feira, 16 de abril de 2010

RITUAL E COLAGENS



Ritual, colagens e magia... a forma imponente de ficar!
Sacana e colagens intempestivas,
Entradas que passam entre barras
Um agora da criança que passa
O pescoço que mostra a possibilidade.

Lembras da margem Sul? Horas...
Magia de um L123 que passou no passado,
O dominio das horas, o amor.

Cenários, núvens de cinza e imprevistos!
Comemorações e chuva...
Tempestades de uma face oculta
Diários on-line e outros cartazes.

Braços abertos, uma rotunda
Um conselho diferente
Uma forma de estar
Por aqui, por ali e em lado nenhum.

16.04.2010
Algasul

quarta-feira, 14 de abril de 2010

NO IMPÉRIO DO LUAR


No debruçar das palavras que tropeço,
Lanço as formas do irreprimível…
Este desejo de infinito afecto
Nas redomas onde não te esqueço
Cadencio tempestades temporárias
Qual suplício tão redondo, inquieto
Onde mereço o que não mereço.

Lembro os dias da saudade sem vontade
Esta lonjura de uma noite apaziguadora…
Venho esculpir toda a minha ansiedade
Formas que me tomam em totalidade
São estas as palavras na calada da noite
Onde este nada alguém que se afoite…
Para esta noite, a minha noite enamorada.

Falo-te assim entre o jogo do desejo…
No meu olhar ávido de ti, um beijo
Neste murmurar uma outra leitura!
Qual demora que liberta doçura…
Um gesto que guardo neste estar
Entre abraços a minha prisão, então
Nesta dança das palavras o coração
Adenso-me no império do luar.

14.04.2010
Algasul

terça-feira, 13 de abril de 2010

TOMADO NAS NUVENS


Ainda acreditei na noite escura,
Mas senti a tua presença...
olhei por todos os lados, mesmo aqui
Confesso que senti distância...
Que senti que nada mais queria
Porque todas as núvens me tomaram
No sonho que a memória iludira
E nos desejos que já me passaram.

É tão simples jogar as pessoas fora...
Simples dizer coisas lindas e a seguir
Sim, a seguir ignorá-las sem mais nada dizer
Ainda que essas memas pessoas digam algo!
São assim a maioria das pessoas...
Olho e vejo indiferença, vejo mal
Vejo que o melhor é destruir tudo nas nuvens
Que tudo é mesmo para esquecer...
Sinto que com certas pessoas não há nada a perder
E pergunto-te, o que somos afinal.

13.04.2010
Algasul

segunda-feira, 12 de abril de 2010

VERTENTES DE COR DIFERENTE


Talvez te diga aquelas coisas que já ninguém diz, contudo, penso que não vale a pena dizer-te muito mais, creio que tudo isso ficou para o lado e a verdade é sempre a verdade, ainda que andes a ocultar-me o quer que seja. Pouco interessam as posturas antigas, algumas escapam-nos assim discretamente como tanto daquilo que noutros tempos passou. Passamos assim sem que ninguém possa fazer o quer que seja. Tudo passa, tudo vai tão lentamente quanto o que se possa imaginar. Não imaginas mais, ainda que fiques aí, ainda que não digas nada ou que tudo ignores... De algumas coisas desisti, penso que não interessa muito, penso que o caminho é por outro lado e novas vertentes chegarão de uma forma mais colorida. Colorações em vertentes de cor diferente...

12.04.2010
Algasul

sábado, 10 de abril de 2010

PARAGEM PARA COMBUSTÍVEL


Viajar, colocar combustível, acelerar e estar com amigos em alta rotação e claro, com a cabecinha bem resolvida. Tudo tem solução até mesmo o que não aparenta ter. Novas experiências e perceber que aquilo que resta é viver... espírito de aventura.
Lavar a carroça e enfiar-me na alegoria do momento, talhar nova mensagem, pagar as contas e dançar a festa da vida entre as vertentes do vento. Novos treinos, ginásio e dar treino... outros jogos se avizinham, mas nada de pancadas como aquelas tretas todas que se vê.
Para cima, para baixo, roupa nova, bica a seguir e não esquecer dos compromissos... o irs para fazer...
Mais um filme e o envolvimento da noite...

10.04.2010
Algasul

sexta-feira, 9 de abril de 2010

TONS E PERSPECTIVAS


Passo a passo as palavras vão constuíndo, os tons vão exibindo perspectivas e o dia clareia as opiniões emitidas que o dia anterior tinha tomado corpo.
Ficam memórias de um dia feliz, desejos partilhados, arestas limadas e um todo que em conjunto conferiu ser ao resto do ambiente. Vivencias e práicas que a cabeça resolve de um modo simples, onde a positividade é uma constante para a construção dos dias. Tons e perspectivas para um caminha a percorrer. Como sabes, sou assim, de cabeça resolvida e nada mais a acrescentar.

09.04.2010

quinta-feira, 8 de abril de 2010

FOLHEAR A PÁGINA


Porta fechada,
Paragem obrigatória
Uma página a folhear
Viagem... seguir em frente
Ir sem destino, boa gente
Dizer não! Acenar com a mão
Não olhar para trás, enfim
Folhear a aquela página de história
Qual glória? Qual festim?
Que seja a vitória o seu fim
A força do coração, bem diferente.

Falas e não tens razão,
Estás e não estás...
Faz-de-conta talvez
Eu digo sim, tu dizes não!
Uma, duas, três...
Que interessa isso afinal,
Cabeça resolvida
Isso não é trivial
Faz parte da vida...
Desculpa, não leves a mal.

08.04.2010
Algasul
Nota: Dia 18 de Abril há um encontro de poetas na Fonte do Bispo, vamos estar por lá para ver como pairam as modas. eh eh eh

quarta-feira, 7 de abril de 2010

ONDULAR DE CADA ONDA


Qual palavra que sustenta o desejo
Entre tanto do que quero partilhar…
Nas tuas atitudes ainda vejo
Que esse beijo não me pode beijar.

Esconde a noite tesouros infindos
Enquanto a promessa me fortalece
No teu olhar sorrisos tão lindos
Qual apelo que o luar amadurece.

Talho assim o meu lugar aqui,
Na fronteira a saudade do adeus…
E nos poemas que te escrevi
Também ficam os sentimentos meus.

No meu espaço construído pelo mar
Na onda branca a mão de espuma
O concerto que me faz viajar…
É o ondular de cada onda, uma a uma

07.04.2010
Algasul *

PARA QUE SAIBAS



Sabes o que quero de ti?
Nada...
Sabes o que espero de ti?
Nada...
Nada de nada...
Sabes o que és? Nada!
E sabes que mais? Nada.
Sabes o porquê disto tudo?
Não sabes...
Simplesmente porque
Não tens firmeza...
Porque não acredito em ti
Simplesmente porque nada;
Promessas que não passam disso
E sabes que mais? Chega.
Nada de nada é nada mesmo.

07.04.2010
Algasul
PS. Compreendo tudo, até o que não quero e as desculpas todas que se vão inventando conforme aquilo que convém. É mesmo assim, nada há a fazer... cada um com as suas manias e paranóias. Boa diversão não estou para mais tretas, já bastam estas eh eh eh !

terça-feira, 6 de abril de 2010

AGITAÇÕES OCASIONAIS


Verde, muito verde...
É natureza, é piteira
Tem espinhos, dá flores
Dá figos! Tem amigos
Também os seus amores
Alguns para a vida inteira.

Cores, agitações ocasionais
Animações... outras miragens
Tanto e tanto que não sei mais.

Momentos pela paisagem,
Acasos de entrenimento...
O meu passatempo
Na cara levar com o vento
Entre as orquídeias e as avencas
Verdades cimeiras, totais
Fica o resto nas piteiras
Entre a chuva e os vendavais.

06.04.2010
Algasul

segunda-feira, 5 de abril de 2010

DIA CALMO



Segunda-feira de Páscoa!
Dia calmo, diferente
Passeios, descontrair
Sol, ar, bem-estar
Observações, paz
Ausência de sentimentos.

Conquista de espaço, amor
Olhar e mansidão...
Beleza acentuada, canção
Avanços da vida e paisagem.

Conversas, montra de imagens
Olhares, sorrisos, doces
Ar puro, respiração leve
Descanso e descontração.

05.04.2010
Algasul

domingo, 4 de abril de 2010

QUINTA DOS POETAS


Depois da noite de ontem, mesmo inesquecível até às 4.30h da manhã a abanar o capacete, surge logo a seguir um excelente convite. É mesmo aqui, só entrar e estamos logo lá... podemos almoçar ou jantar e claro, escrever os mais belos poemas, de acordo com a inspiração que possa acontecer. Não é muito fáci, mas consegue-se chegar até lá. Andei às voltas mas fui lá ter. Outros pormenores pode ver-se na Net clicando aqui em Quinta dos Poetas. Uma Páscoa inesquecível... tudo a abrir depois de ter entrado neste espaço.

POR AQUI ENTRELAÇADO

Traçando as colinas atrasadas
Beijando os verdes esquecidos...
Olhando o horizonte tão vasto
Entrei sem saber no lugar a definir.

Diveros rostos, diversas formas de estar...
Um manancial de escollhas
Ditados de um prado antigo
Relembrar o velho amigo
Uma saudade esculpir, sorrir
Dizer que afinal é dia de Páscoa.

Por aqui entrelaçado...
Escrevendo, enviando mensagens
Dizendo não dizendo, esquecendo
Saboreando os mais belos sabores
De um dia que não se pode mais esquecer
Foi assim este meu dia, a viver.

04.04.2010
Algasul

sábado, 3 de abril de 2010

NA QUIETUDE DO OLHAR


Sair, olhar a tarde, o sereno
Ficar um pouco na quietude...
Apreciar a beleza da natureza
Perceber que tudo é tão pequeno
E que existe tanta mente rude...
Destruíndo, num golpe de avareza.

Aqui, esquecendo a vida,
Parando o tempo
Procurando respostas
Verdades inabaláveis!
Depois... continuar a caminhar
Porque é isso que me resta na vida.

Pensei, voltei a pensar...
Observei e nada vi
A não ser que tudo é efémero.

Rotas da caminhada
Encenações esculpidas
Ilusões que não valem nada!
Corre a ria, não há subidas.

03.04.2010
Algasul
PS. A foto é uma parte da Ria Formosa - Santa Luzia de Tavira.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

PROJECTOS EM ACÇÃO


Dias do Algarve, flocos do paraíso do caracol, num traço de ir marcando pontos, absorvendo sensações que só esta paisagem explêndida proporciona. Um programa para a estabilidade e o crescimento, dias de digressão e movimentos accionadores. Comemorações e fantasias do desejo, num momento que a ele tudo converge. Sensações fántásticas, projectos que se descortinam numa manhã de cumplicidades, a um diálogo que vai enformando.
Muitas vezes senti falta de uma motivação para avançar, senti que algo não passava de uma suposição avariada. Tentei integrar-me nesse meio, mas, senti que tudo era vazio, inútil, por vezes com um misto de desagrado mascarado.
Os eventos passam, tomo conhecimento dos mesmos posteriormente quando isso que desejava já está fora de todas as minhas ambições.
Algarve, sementes ao Sul, reflectem uma postura original de estar, a luz efusiva de um novo olhar. A antiga vontade ficou adormecida entre a linha do horizonte e a força do compromisso. Páro e equaciono as posições e avanço...

02.04.2010
Algasul
PS. Passo a vida a dizer-te as coisas, mas tu não me ouves, pareço um disco riscado, deve ser, por isso nunca entendes nada!

ESCREVER LIBERTA



Sabes? Escrever liberta, faz bem...
Liberta tudo o que está a bloquear
É uma forma de não aborrecer ninguém
É um modo de forças na vida encontrar.

Terapia pelas palavras arrancadas
Certamente para fora são libertadas
Com o tempo essas mesmas marginalizadas
E todo o lixo interior esquecido...
É com estas simples palavras e outras mais
Que no continuar deste dia procuro sentido.

Não me interessa de mais nada, nem de ninguém!
Não sei quem encontrei, não sei mais nada...
Fique descrente, desacreditado...
Tudo me pareceu diferente em todo o lado
Fiquei só, no meu quarto fantasiado.

Tenho as palavras por companhia, só isso afinal
Tenho o sentir que me vai orientando...
Os campos para ir visitar, de cor original
E porque aqui meu sentimento é imortal...
Confesso-te que fico aquela música escutando.

02.04.2010
Algasul

VOU ESCREVER UM POEMA



Não sei por onde começar a escrever
O que vou dizer não lhe encontro valor
Tenho coisas marcadas, não pode ser
Fico em casa, na rua está muito calor.

Vou tomar café sozinho, sem destino
Porque ninguém está com disposição
São os compromissos da ocasião
Esses que conferem um ar franzino.~

Não vou criticar, agora que pode ser
Mais vale só, triste não é comigo
Apenas começo a perceber...
Que quando não se quer... sigo.

Continuo a escrever o poema...
Mas que interessa escrever?
Seja este ou outro tema...
Há sempre tanto para dizer.

Gosto das pessoas, mas fico triste
São a maioria aquilo que se pode saber
Com tristezas não vou a lado algum
Partir para outra é começar a viver.

02.04.2010
Algasul

quinta-feira, 1 de abril de 2010

SINAIS DE TINTA ESQUECIDA



Perdido na lentidão dos meus cabelos
Moldo o silêncio infindável...
A voz ainda ilumina na respiração
Entre os perfumes que a amizade tece
O fôlogo de um desejo de paixão.

Páginas de sonolência... ficam assim
Na visão isolada do mundo sem história,
Entre as cidades anónimas da memória
Cresce um corpo que bebe do teu fim.

O movimento é falso e as palavras também,
Iludes, prometes e tudo é vazio depois de morrer!
A floração abandona o medo da noite de alguém...
Escorrem os sinais de tinta esquecida do anoitecer.

O fogo fala desolado no corpo... em fila
Neste século que ainda é jovem
Prepara os caminhos do esquecimento
A força da morada de argila, no viver.

Os degraus perdem a idade, são poeira no viver...
O sorriso envelhece na mina das paredes,
A escrita fica ferida no acaso dos olhos
Na existência do papel da beleza adormecida,
Com histórias antigas da missa do prazer.

01.04.2010
Algasul