quinta-feira, 1 de abril de 2010

SINAIS DE TINTA ESQUECIDA



Perdido na lentidão dos meus cabelos
Moldo o silêncio infindável...
A voz ainda ilumina na respiração
Entre os perfumes que a amizade tece
O fôlogo de um desejo de paixão.

Páginas de sonolência... ficam assim
Na visão isolada do mundo sem história,
Entre as cidades anónimas da memória
Cresce um corpo que bebe do teu fim.

O movimento é falso e as palavras também,
Iludes, prometes e tudo é vazio depois de morrer!
A floração abandona o medo da noite de alguém...
Escorrem os sinais de tinta esquecida do anoitecer.

O fogo fala desolado no corpo... em fila
Neste século que ainda é jovem
Prepara os caminhos do esquecimento
A força da morada de argila, no viver.

Os degraus perdem a idade, são poeira no viver...
O sorriso envelhece na mina das paredes,
A escrita fica ferida no acaso dos olhos
Na existência do papel da beleza adormecida,
Com histórias antigas da missa do prazer.

01.04.2010
Algasul

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